A Liberdade está na essência
(Redigido por Bárbara Francyele)
A liberdade
sartriana defendida por Jean Paul Sartre (1905- 1980) é baseada no
existencialismo ateu. Para ele Deus não existe, e seria apenas um obstáculo
para o homem alcançar a liberdade. Sartre acreditava que cabe ao homem decidir
sobre a própria vida, e seguir o melhor rumo para ela, sendo que cada escolha
teria um efeito sobre todos os homens.
Segundo as
concepções tradicionais, o ser humano possui uma essência, uma natureza humana
universal, do mesmo modo que todas as coisas têm igualmente e essência. Por
exemplo, a essência de uma mesa, aquilo que faz com que ela seja mesa e não
cadeira. Não importa que a mesa seja de madeira ou vidro, que seja grande ou
pequena, mas que tenha as características que nos permitam usá-la como mesa. No
caso do ser humano, a existência precede a essência, ao contrário do que ocorre
com as coisas e os animais. Assim diz Sartre: “...O
homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se
define. O homem, tal como, o concebe, o existencialista, se não é definível, é
porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si
próprio fizer. Assim, não há natureza humana, visto que não há um Deus para
conceber. O homem não é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que
seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este
impulso para a existência; o homem não é mais o que ele faz. Tal é o primeiro
princípio do existencialismo. (SARTRE, J.P. O existencialismo é um humanismo.
Lisboa: Presença, 1970. p. 216)
O ser humano
é um “ser-para-si”, pois é consciente, a consciência é auto-reflexiva, pensa
sobre si mesma, é capaz de pôr-se “fora” de si. Já as coisas
e os animais, são “em- si”, ou seja, não são capazes de se colocar “do lado de
fora” para se autoexaminarem.
Ao se perceber
“para-si” o ser humano descobre que não há essência ou modelo para orientar o
seu caminho e que o futuro encontra-se disponível e aberto; portanto está
“condenado a ser livre”. A se ver totalmente liberto, e ao sentir-se vazio o
indivíduo vive a angústia, devido às
escolhas que tomou, podendo afetar negativamente a sociedade, que o leva a má-fé por medo de agir por si próprio e
acabar afetando os demais.
Aquele
que recusa a liberdade torna-se desonesto, desprezível, pois recusa ser
“para-si” e passa a ser “em-si”, semelhante às coisas. Para Sartre a angústia é
necessária, pois de tal forma ela acaba tornando o homem mais cauteloso na hora
de tomar decisões que implicam na vida das pessoas ao seu redor, não faz com
que ele perca sua liberdade, mas ao
mesmo tempo lhe dá a conscientização do quanto à responsabilidade da sua própria liberdade e ação é importante.
“Assim, não temos nem atrás de nós, nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores justificações ou desculpas (...) o homem está condenado a ser livre.
Condenado porque não criou a si próprio; e, no entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo é responsável por tudo quanto fizer...” (J.-P. Sartre. O Existencialismo é um humanismo. Lisboa, Presença, s/d, p. 226)
“Assim, não temos nem atrás de nós, nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores justificações ou desculpas (...) o homem está condenado a ser livre.
Condenado porque não criou a si próprio; e, no entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo é responsável por tudo quanto fizer...” (J.-P. Sartre. O Existencialismo é um humanismo. Lisboa, Presença, s/d, p. 226)
Sua liberdade é você quem define, o ser humano é livre e sabe o que é melhor pra si. Cada um sabe o que lhe faz bem ou mal, o que lhe traz felicidade ou tristeza. Então seja livre, perceba a essência das coisas. A liberdade está em suas mãos, então seja livre!